segunda-feira, 16 de maio de 2016

Loop

ergueu-se do chão
foi ao banheiro
lavou o rosto
pegou os cigarros
as chaves
e saiu para a rua

o sol e o calor
o sangue fervia
o estômago embrulhado
o barulho ensurdecia
bolhas nos pés
o trabalho imposto
bate-ponto
filas de robôs
alienados
programados
para sempre seguir ordens
e alimentar
a grande máquina

fim de turno
fim de tarde

rostos
carros
buzinas

suor
tontura
fedor
e loucura

chega em casa
liga o rádio
senta no sofá
esboça um sorriso
e morre

como tem feito todo dia, aliás.

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