quarta-feira, 31 de julho de 2013

mais novos colunistas e os convidados de 2013

barnasianos,
conheça o mais novos colunistas, que publicarão uma vez por mês: André Foltran, dia 12; Sergio Vinicius Ricciardi, dia 15; Geraldo Trombin, dia 24; Marcos Willian Campos de Oliveira, dia 26.

e novos convidados:
Jonatas Rubens Tavares - dia 10/08;
Gustavo Corrêa Barreto - dia 20/08;
Newton Silva - dia 30/08
Samuel Giacomelli - dia 10/09;
Sonia Nogueira - dia 20/09;
André Giusti - dia 30/09;
Lêda Selma - dia 10/10;
Marcos Samuel Costa - dia 20/10;
André Bortolon - dia 30/10;
Jovenal Maloa - dia 10/11
Felipe Daher - dia 20/11;
Luiz Carlos "Barata" Cichetto - 30/11;
Gabriel Machado - dia 10/12;
Cirineu Pereira - dia 20/12;
Marcos Vinícius de Araújo - dia 30/12.

no ano que vem, em 2014, já temos programada a seguinte convidada:
Emyli Sousa - dia 10/01

Conheça, participe e divulgue o BLOG BAR DO ESCRITOR.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Convidado Renê Oliveira




Mesa de bar


           Batia com o dedo e observava o movimento da pedra de gelo no copo de uísque. “Uísque-doze-anos” – dissera o atendente do balcão – fossem dois ou vinte, não faria diferença para quem nunca bebera antes. A garganta queimando e a cabeça temporariamente mais leve. A sensação da derrota pesando na boca do estômago. O corpo curvado sobre a mesa. Mais um toque no gelo, que já não se movia tanto agora.
            Alguém grita na rua e invade o bar. Ouviu as vozes bem ao fundo, sem compreender uma palavra sequer. Também nem prestara tanta atenção, preferia a música de fundo, um bolero há muito tocado entre as idéias, de permeio. O gelo ficara inerte.
            Foi até o balcão – “Por favor, dê mais vida a minha pedra de gelo”. Olhando para o copo apenas, o rapaz serviu mecanicamente. Uma pedra de gelo tem quantas vidas a sede permite. Aquela tinha vida pela terceira vez.
            Notou um relaxamento nas pernas. Deu um suspiro e jogou o corpo para trás na cadeira. O chão se movimentava lentamente, para cima e para baixo, de um lado para outro. Tentou fixar os olhos no gelo, mas teve dificuldade.
            Lembrou-se repentinamente de quem era e logo firmou o corpo novamente. Sentiu vergonha, e em seguida, raiva. Seu bolero tocava mais alto, pegou o copo com força e tomou toda a bebida de uma só vez, até o gelo vir tocar sua boca. Fechou os olhos, teve mais raiva ainda. Ao abri-los, viu mais uma vez o gelo morto no fundo do copo. Teve um aperto no peito e uma vontade incontrolável de alterar o rumo de sua vida naquela noite mesmo. De alguma forma aquela música precisava terminar.
            Olhou para o gelo com o pesar de alguém que abandona um companheiro. Levantou-se, deixou sobre a mesa o que julgou necessário para o valor do seu uísque. Foi até o balcão, chamou o atendente – “Cuide bem do meu amigo aqui do fundo do copo. Ele passou por muitas aventuras em pouco tempo, deve estar cansado”...
            Virou-se e dirigiu-se para a porta. Esforçou-se para não olhar para trás. Foi seguido com os olhos pelo atendente, mais por força do hábito ou até por algum escárnio, do que por preocupação. Demorou alguns instantes para vencer a porta. Passou ao lado de fora e virou um vulto, mais um espectro transitando pelo lado de fora.
            Não saberemos ao certo, mas pode ser que o atendente tivesse alguma compaixão, pois só após o homem desaparecer na rua é que aquele atirou o gelo ao fundo da pia. Em seguida, voltou-se para o balcão e serviu a duas ou três pessoas.
Olhou para os lados, como se procurasse alguém do lado de dentro do bar, alguém para uma conversa, mesmo que fiada. Passou os olhos pelo salão silencioso e acinzentado pela fumaça dos cigarros e encontrou diversas pessoas bebendo solitariamente, cada uma olhando para seu próprio copo.
            Olhou ao redor de novo, estava sozinho do seu lado do mundo. Correu para a pia – tristeza, o gelo se fora.






                                                Rib. Preto, 20 de Fevereiro de 2004

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Renê Oliveira
http://renedroliveira.blogspot.com.br/

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Agenda Literária


Eu gosto de trabalhar com a Litteris Editora. Não pago nada pela publicação,  apenas compro o produto final no site, que por sinal é de ótima qualidade! Estou na agenda 2011 com a poesia CULPA, em 2013 com COMPONDO-ME e em novembro sai uma fresquinha, a 2014,  com FOTOGRAFIA. 

Culpa
Cheguei cansada
Colhi as flores
Murchas, coitadas,
Descoloridas, empoeiradas
Pareciam mortas...

Reguei as flores
Como sangue em carne viva
Dilaceradas, de pétalas escorridas
No ralo da pia
Não ressuscitaram...

Agora vão me culpar por todas as queimadas da vida...

 
Compondo-Me

Hoje acordei assim:
Libidinosamente minha.
Recitei-me, poetizei-me
Fiz melhor,
Me compus.
Hoje  olhei no espelho
E me apaixonei.

Pena que as paixões são breves...


Fotografia

Ausência medonha, já virou saudade
Amor de verdade, que o tempo esqueceu
De levar, de apagar, não desfaz...

Metade de mim quer outros natais
A outra embala na sombra da rede
Disfarça a lembrança, quer paz...



MP/Me Morte/poesias

domingo, 28 de julho de 2013

Até Sempre!

Eu queria acreditar que Adolfo, um dia, veria o seu trabalho reconhecido, sem estereótipos e quezílias do passado. Admirava a sua forma de vida, alheio a más vontades, no seu mundo a solo. Era um caminhar pela vida, sem pressas de chegar, sem más intenções. Queria ser feliz e fazer os outros felizes. Quem viesse por bem, entregava o seu coração sem receios. Aprendera que o bem seria sempre vitorioso, e nas suas deambulações pelos trilhos da vida, chegara à conclusão que a liberdade de decidir e agir, eram fundamentais para poder coexistir com a sua personalidade.

In " Até Sempre! "
 
Quito Arantes/Portugal

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Km 08


O destino me enviara recentemente àquela estrada nas montanhas; desde então, dia e noite a percorria sozinho no carro. Eventualmente dava caronas para moradores da região, e através deles descobri a história do lugar.

No topo de uma daquelas montanhas, no início do século vinte, surgiu uma pequena vila militar, com um forte onde se vigiava o horizonte. A má qualidade da terra encareceu a permanência dos militares, visto que todos os mantimentos precisavam vir da planície; poucos anos depois, se transferiram para outra região. O local, que passou a ser conhecido na região como Vila Um, permaneceu abandonado, sendo usado apenas como base de apoio por eventuais alpinistas e moradores da região, que cortavam lenha nas proximidades.

Quilômetros abaixo, surgiu posteriormente a Vila Dois, hoje habitada por não mais que mil pessoas, vivendo da agricultura e de um turismo incipiente. Após tal vila, existiam algumas outras, a beira de uma estrada de terra que levava a rodovia principal da região.

Na noite de uma sexta-feira, próximo a Vila Um, vi um rapaz no acostamento, pedindo carona. Loiro, forte, cabelos curtos, mancha escura na face, e com aproximadamente vinte anos de idade; devido a noite escura, não percebi muitos detalhes da roupa e nem da mochila que carregava. Embora soubesse que a carona é algo comum em cidades e vilas do interior, mas ainda amuado pelas paranóias da cidade grande, em que a maioria dos bandidos que pedem carona são homens e jovens, não parei e segui meu caminho. As caronas que dera anteriormente se resumiram a idosos e mulheres.
br /> Contudo, alguns quilômetros depois, mais abaixo na montanha, na Vila Dois, tive a clara impressão de ver o mesmo rapaz parado. Igualmente louro, forte, jovem, de cabelos curtos e uma mancha na face.

Lembrei-me das lendas urbanas que relatavam sobre fantasmas pedindo carona em rodovias; em uma primeira versão, apareciam em pontos diversos da estrada, como a perseguir determinado motorista; em outros relatos, quando alguém aceitava transportar a pessoa, esta pedia para saltar na frente do cemitério ou em uma casa, onde posteriormente, se descobriria, através de uma foto, tratar-se de um familiar morto.

Acossado pela curiosidade, decidi parar o carro.
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O rapaz entrou no veículo e, após aparentar surpresa ao me ver, olhou para a frente e disse apenas o destino.

“Fico no quilômetro oito, por favor”.

Tentei puxar conversa, mas respondia com frases lacônicas e em momento algum olhou em minha direção. Parecia nervoso e ansioso para chegar logo ao destino.

Relembrei as tais lendas urbanas ao passarmos em frente a um antigo cemitério usado pelos primeiros moradores da região. Desativado há duas décadas, raríssimas vezes era ainda visitado por algum parente dos falecidos. Contudo, ao passarmos em frente ao local, o rapaz apenas fez o sinal da cruz e... permaneceu no veículo.

Minutos depois, chegamos ao quilômetro oito, onde uma pequena vila, de não mais que vinte casas, se assentava.
“Fico naquela casa amarela, na esquina”, informou o carona.

Parei o carro, ele agradeceu sem me olhar e desceu. Curiosidade ainda tenho, mas não tive a chance de procurar posteriormente a casa para verificar a possibilidade de ele ser um morador falecido.

Olhei para a frente e vi a antiga placa que identificava a vila sem nome oficial; era de madeira, pintada pelos próprios moradores, e o material já apodrecido a fazia pender para o lado, deixando o oito na horizontal. Enquanto o rapaz mexia com uma mala, segui em frente.
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Após certificar-se do afastamento do carro, o rapaz da carona, um fotógrafo da própria região que estivera na Vila Dois tirando fotos para uma revista de turismo, parou de fingir que mexia na mala. Levantou-se ao ver os faróis desaparecerem na escuridão. Passou reto pela frente da casa amarela, na verdade um restaurante desativado onde ninguém entrava há mais de dez anos. Virou a esquina e entrou em um sobrado a alguns metros de distância. A sua casa.

Dirigiu-se a um depósito, onde procurou o jornal da região, publicado semanas antes. Encontrou o exemplar, localizou uma matéria com foto e ligou para o irmão gêmeo, também um fotógrafo, que estivera na Vila Um documentando o passado da região; àquela hora poderia estar a beira da rodovia, esperando carona. Alertou-o a não aceitar carona de um homem dirigindo um Gol, modelo antigo, de cor verde: o veículo que o trouxera até ali. Que voltasse a pé ou conseguisse carona com outra pessoa; na volta, lhe explicaria o porquê.

Deixou o jornal na mesa da sala e sentou em uma poltrona, de onde só saiu até a chegada do irmão, uma hora depois.
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No Gol verde, o motorista ainda percorria a estrada, que dava a volta na montanha. Passou novamente em frente à Vila Um, mas o primeiro rapaz (ou seria o mesmo?) já não se encontrava. Antes de chegar em frente ao cemitério, passou por uma ponte. Não poderia perceber, mas no fundo do rio logo abaixo havia um Gol verde, capotado há alguns dias, com apenas um ocupante, um homem. Apesar da morte na rodovia, a vítima não se machucara tanto, e seu rosto possuía apenas um grande corte nas têmporas. O mesmo corte que assustara o rapaz da carona.

Apesar da ligação para os bombeiros do jovem fotógrafo, que o reconheceu na fotografia do jornal, seu corpo permaneceu perdido nas águas do rio, sendo consumido pelo tempo; sua alma, perdida nas curvas da estrada.


Publicado originalmente no www.prosaseviagens.blogspot.com



terça-feira, 23 de julho de 2013

Novos colunistas e novos convidados

ois, barnasianos.
o Blog Bar do Escritor apresenta três novos colunistas: Leonardo Quintela, que escreverá todo dia 11, morador de Caldas Novas, MG, e membro do BdE desde seu início; Edweine Loureiro, dia 14, premiado cronista que mora no Japão e Mariângela Padilha, a eterna Me Morte, dia 29, uma das primevas incentivadoras e participantes do BdE.
eles se juntam à esta trupe de escrevinhadores maravilhosos que compõem este blog, que tem plena atividade desde 2007, por onde já passaram mais de 30 ex-critores e que tem a participação atual de outros 22, a saber: Giovani Iemini, dia 01; Andrea Carvalho, dia 02; Larissa Marques, dia 03; Cristiano Deveras, dia 04; Flá Perez, dia 05; Carlos Cruz, dia 06; Robisson Sete, dia 07; Rosa Cardoso, dia 08; Pablo Treuffar, dia 09; Daniel Queissada, dia 12; Danilo Berardo, dia 13; Juliana Bolzan, dia 16; Jessiely Soares, dia 17; Andre Espínola, dia 18, Eliane Alcântara, dia 19; Ângela Gomes, dia 21; Rodrigo Domit, dia 22; Catiaho Reflexo D´Alma, dia 23; Rafael Cal, dia 25; Cesar Veneziani, dia 26; Glauber Vieira Ferreira, dia 27 e Quito Arantes, dia 28.
Edweine é o segundo colunista de fora do Brasil, ele se junta a Quito Arantes, de Portugal.
Leonardo e Me Morte voltam ao blog, pois foram escrevinhadores da primeira leva.

O Blog publica nos dias 10, 20 e 30 os convidados, que já somaram mais de 100 autores, com muitos destaques, tantos, que é injusto citar apenas alguns. Os novos convidados voltam a ser publicados a partir do próximo dia 10. Aguardem notícias.

Se quiser participar do Blog Bar do Escritor, como colunista ou convidado, veja as instruções aqui.



segunda-feira, 22 de julho de 2013

Intenção


Ela chegou chorando, nervosa. Ofereci meu ombro, ela aceitou. Ofereceu-me a boca, eu aceitei.

Não sei se por consolo ou por vingança

domingo, 21 de julho de 2013

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Lançamento da Antologia BAR DO ESCRITOR – TOMO IV - em Brasília, DF.



O Bar do Escritor é uma comunidade de autores e entusiastas da literatura que age coletivamente em busca da promoção literária e da difusão do pensamento crítico e libertário.

Esta é a quarta antologia de contos, crônicas e poemas lançada pelo grupo. Reúne 45 autores de todo o país, escrevendo sobre o que apreciam para um bom bate papo num botequim. São textos que abrangem diversos sentimentos, desde o mais formal ao mais lisérgico. 

Entre os autores, destacam-se membros de academias de letras, jornalistas, compositores, vencedores de concursos literários, cartunistas, juízes de direito, filósofos, membros antigos do BdE, membros de outras comunidades de literatura, vagabundos, malucos e escritores de toda espécie, incluindo os malditos, os amantes, os amadores e os amigos.

Em Prefácio de Wilson R, candidato à cadeira em eleição na Academia Brasileira de Letras, a explicação dos motivos que o levaram a considerar o BdE o movimento literário mais expressivo da atualidade, senão o único, exatamente por esta íntima ligação a entre o mundo virtual contemporâneo e o mundo real, concretizada pelos seus integrantes nas diversas obras publicadas, nos blogs de literatura e nos encontros nacionais do grupo em Paraty, RJ, por ocasião da FLIP (Festa Literária Internacional).

Para conhecer a história do bar:

Em Brasília, serão dois lançamentos:
- no FESTIVAL QUARESMADA ESPECIAL, na área da Facita, em Taguatinga, DF, Dia 27 de Julho de 2013, que apresentará os shows das bandas The Rods (USA), Salário Mínimo, (SP),  Kábula (DF), Elffus (DF) e Sound´n´Rage (DF), entre outras.
O lançamento será no BALCÃO LITERÁRIO, coordenado pelo Bar do Escritor, que também exporá várias obras de escritores brasilienses, além de suas antologias anteriores.

Mais informações:

- na 3ª Bienal do B de Poesia e Literatura na Rua, no AÇOUGUE CULTURAL T-BONE, SCLN 312, de 27 a 30 de agosto de 2013, que terá a apresentação de CEM poetas do DF, além de uma grande atração musical nacional, evento organizado por Movimento Viva Arte, Luiz Amorim do T-Bone e Antonio Miranda.
Mais informações:

Conheça os Autores:
André Anlub, André Giusti , Andrea Carvalho, Angela Gomes, Antonio Lira, Arlete Sylvia Mendes, Brunna Paese, Cinthia Kriemler, Clayton Pires, Cristiano Deveras, Danilo Berardo, Emerson Wiskow, Ena Galvão, Filipe "Effe" Celeti, Fillipe Jardim, Giovani Iemini, Glauber Vieira Ferreira, Iran de Lima, Janailson Macêdo, José Carlos Gentili, Larissa Marques, Magmah, Marcelo Jost, Maria Júlia Pontes, Marielle Sant'Ana, Michelle Portugal, Nicola Maniglia, Olga Mota, Pablo Treuffar, Paulinho Dhi Andrade, Patricia Bagot, Raimundo Lonato, Raquel Ordones, Renato Saldanha Lima, Roberto Menezes, Rodrigo Domit, Rojefferson Moraes, Romildo Teixeira de Azevedo, Rosa Cardoso, Ruth Cassab Brolio, Ruy Villani, Sandra Fayad, Wescley Pinheiro, Wilson R., Yvanna Oliveira.

As antologias anteriores do Bar do Escritor:

A nova REDE SOCIAL, ainda em fase de testes:
 

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um raio de esperança

Maria acordou muito cedo nessa manhã de verão. Abriu a janela, e o sol já iluminava o amanhecer. Buscou por entre suas roupas, uma que combinasse bem com seu humor.
Daqueles que nem se sabe direito se é bom ou ruim.
Maria saiu de casa, e para o céu olhou, pássaros a cantarolar na imensidão, fizeram sorriso em seu rosto.
As frutas coloridas da feira, faziam do ambiente arco-íris de sabores e cores. Maria apreciou as cores, e escolheu maçãs vermelhas e ameixas roxas.
O trabalho era de faxineira, e sua sutileza era de uma fada encantada. Entrava às 9h e saía às 18h. Atenta a cada detalhe que os pequenos pediam. Maria fazia bolos e bolinhos toda a semana. E os pequenos cada dia mais gordinhos.
Saiu 18h com um sorriso nos lábios, ainda era dia. E ela poderia apreciar o final do sol. Chegou em casa, tomou um banho quente, um perfume de rosas. E esperou pelo seu amor.
Maria e Pedro saíram de casa 20h. E jantaram na pizzaria da cidade.
Chegam em casa 21:30. E dormiram um sono adocicado.
Esperaram que o próximo dia começasse de novo, beijaram-se e amaram-se. 

sábado, 13 de julho de 2013

Queda livre


Ele e ela estão saltando de paraquedas.

ELA: Meu Deus!
ELE: Isso é tão maravilhoso!

Ela não responde.
Ele insiste.

ELE: Não é maravilhoso?
ELA: Um pouco.

Ela não parece achar maravilhoso.
Ele percebe.

ELE: O que foi?
ELA: Acho que eu vou vomitar.
ELE: Fica calma.

Ela ri um riso nervoso.

ELA: É uma tarefa bem simples, considerando que eu tô despencando de sei lá quantos metros de altura...

Ele interrompe.

ELE: São...

Ela interrompe.

ELA: Não! Não diz! Não quero saber a altura.

Ele desconversa.

ELE: Não parece que somos grandes? Olha pra baixo.
ELA: Não posso, senão eu vomito.

Ele insiste.

ELE: Olha pra baixo.

Ela olha.

ELE: Olhando tudo daqui não parece que somos grandes?
ELA: Parece.
ELE: Mas, ao mesmo tempo, não dá uma certeza de que não somos nada?
ELA: Como assim?
ELE: Ao mesmo tempo em que eu acho que sou enorme, porque tudo me parece tão pequeno, eu me sinto um nada, porque tenho certeza de que sou só mais uma pequena parte daquilo tudo que tá lá embaixo. Entendeu?
ELA: Entendi.
ELE: E aí?
ELA: Não sei. Nunca tinha pensado nisso antes. Nunca tinha saltado de paraquedas.
ELE: A gente salta de paraquedas todos os dias e nem percebe.

Ela não entende.

ELE: Como agora, por exemplo.

Está na hora de abrir o paraquedas.

ELE: Eu te amo.