domingo, 23 de dezembro de 2012

Desassossego


A naturalidade transborda seus apegos:

   Embora transcrito num papel desamassado, desarticulado e mal estruturado vem de outrora por entre receios inacabados uma resenha sobre linhas tortas contando amarguras o arrojado. Saindo no meio as pressas o acomodado que se diz inundado de paixões, emerge-se a mim perante emoções o terminado que já não convém tentar reescrever parcelas do passado, isento de parábolas da qual sustentam o caso, disfarço quando presente te usando como roupa indecente em dias de sol, refaz o momento enquanto eu desatento mantenho a minha mão perspicaz em suas curvas, contemplando sozinho teu calor expresso por entre teus seios resplandecentes a ressaltar em horizontal, esbaldando e tendo por fim suas pernas que parecem me seviciar.
    No acabamento dos nossos deslizes a embaraçar a fragrância sobre a tua pele reluz tomando de inicio o reflexo do ilustre a partir da vossa inquietação mais intima, revivo a cada gota de prazer a percorrer teu corpo nu continuamente bailando por de baixo do cobertor que na tentativa de tentar lhe esconder apenas me excita afogando-nos em frenesi. Distante do despeito sobre algo, vejo com clareza as conseqüências do nosso apego abeirando a noite em que nos resumia apenas em caricias refletindo no agora da qual lhe ponho contra a janela demonstrando indiretamente aquele orgasmo, expelia palavras boas de ouvir, embaçando a vidraça, revelando conforme a brisa a marca almejante.
    Denegrido, me restara somente à culpa da tua satisfação, encorajado a me expressar dando continuação aquela vírgula indecisa e de trechos desarranjados teria você de se identificar com penhor após lhe recitar cláusulas sobre nossas imprecisões românticas? Comumente eu levaria uma bebida à boca, contudo saber que você está enfastiada após sussurros agora em sono profundo cantarolando acalma a minha alma, embebeda-te em minhas visões, tragando-lhe o perfume e a relevância que perfura a noite a madrugar fronte a luz colorida do Motel que escolhemos sem pensar.

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