sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Multipolar


Sai. 
Não aguento mais 
olhar a depressão
presente. 

Quer me ajudar de verdade? 

Mais um comprimido
que o efeito
contínuo 
é o que alivia.

... e se não quer me dopar 
(de novo)
devolve a bebida:
conhaque, uísque ou pinga 

Tanto faz.

Se nem isso é permitido,
me deixa sozinho.
Eu não quero olhar para mim,
menos ainda para você.

Sai!

***

Vem.
Estou com saudade
dos namoros, as viagens... Das nossas andanças.
Foram tantas!
Vamos sair para comemorar?
Tocar violão na praia,
fechar os bares,
dormir ao relento.
Viver dias o dia inteiro... 

***

Sai, amor.
Não há vida nesta vida.
Não há retorno.
Nem há sonho.
Me deixa em paz.

***

(de comprimidos 
ele preencheu o espírito
e na montanha subiu
para jogar-se no infinito.
Nem começo ou fim.
Ele está preso
- em coma suspenso -
sem entrar ou sair
de mundo nenhum)

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