quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Meu Desejo




Se te seco a boca, lagrimeja lábios meus
vem me do colo na arquitetura dos seus traços
passivamente atenta-me, viciando nítidos olhares
e ainda entendo que me recoloco, correndo para antigos abraços

Sabes de uma coisa? Eu estava a tua procura
me fortaleceram as pobres esperanças
me tragavam e consumiam os desejos, mas acordei cedo
antes da minha relevância

Será que quase nada seria integrado ao ignorante passivo
Na medida em que tudo poderá ser relevante
eu vivi, e na medida em que também sobrevivi
fui a prova marcada do meu amor intrigante

Sinto um sono referencial no que me parece roubar a alma
aquecendo-me o café quando nada satisfaz, apenas me retrai regurgitando aos normais
estou encurralado no xadrez azulado da tua saia à me veres frustado
tentando ser sincero para lhe dizer o que venero

Pois embora eu beba, ainda com os olhos de ressaca eu não te esqueça...

2 comentários:

Joanna Catharina disse...

Amores que nunca passam, feridas que não cicatrizam...

M.C. disse...

Ainda que os horrores se desfaçam, os amores sempre nos paralisam...