segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Convidada Elis Cassiano

Fugaz

Ouvindo Marina Lima cantando essa música, me inspirei escrever esse texto. Pensando no que é fugaz, cheguei às novas versões de “relacionamento” que estamos tendo hoje em dia. Sim, caríssimos, eu me incluo no discurso!!! E por que não???
         Usamos nossas melhores roupas, nosso melhor sorriso e vamos para os lugares mais badalados da cidade. Não queremos ficar sozinhos, então, jogamos aquele charme para quem desejamos e... lá estamos, beijando, abraçando e sabe-se o que mais. Antes do final da noite já nos despedimos ou encontramos outro ou outra.
         Os mais conservadores dirão que o amor é oriundo do tempo de convivência, da amizade, do carinho, mas será loucura dizer que os minutos ou até mesmo horas que passamos com essas pessoas produzem sentimento? Será um contra senso pensar que podemos nos conhecer melhor depois de passar por essa(s) experiência(s)? Ou será que viver isso é consequência da solidão em que nos encontramos e confundimos a efusividade do momento com um possível sentimento? Mais uma vez, uns e outros dirão que é tudo culpa da solidão, que é impossível gostar, se apaixonar ou amar alguém nessas condições.
         Não sou dada a responder perguntas, costumo deixar que o espírito e a consciência de cada um dê a melhor solução, mas hoje sinto que devo tentar solucionar esse impasse.
         Pesquisando na internet, descobri que a loucura ou insânia é, segundo a psicologia, uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos e atitudes considerados "anormais" pela sociedade. Bem sei que o assunto é muito mais profundo e difícil de caracterizar do que consta na frase acima, mas estamos falando de algo que ainda não está sendo bem visto pela sociedade, então... com uma boa dose de abstração, estamos falando de algo louco.
         Não é loucura dizer que esses “relacionamentos” têm consequências maravilhosas: nos apaixonamos (isso mesmo!!!), nos apaixonamos, somos felizes, vivemos durante aquele fragmento de tempo, uma relação completa: fazemos carinhos, promessas que jamais serão cumpridas, olhamos nos olhos um do outro.... temos, em pouco tempo, o que não alcançamos em meses. O término não será doloroso, será com beijos e abraços e paixão.
         Nos tornamos conscientes da nossa capacidade de viver e deixar viver, de dar e receber felicidade.
         Não deem ouvidos aos que nos mandam esperar ou pelo príncipe encantado ou pela mulher ideal, mas também não se rebelem contra os seus conselheiros, eles dizem isso porque não têm coragem de abrir mão do sonho há muito introjetado neles. Chegam a dizer que beijar alguém completamente desconhecido não é para pessoas como nós.
         E o que é digno para nós???
         Esperar que batam na nossa porta com um buquê de rosas na mão e uma caixa de chocolates na outra perguntando: “Quer namorar, ou casar – caso prefiram assim – comigo?”
         Desista, isso não vai acontecer!!! O melhor é resgatar todo aquele ideário do carpe diem e ser feliz.
Se envolver e se separar sem dor, sem drama, sem compromissos para um futuro que talvez nem seja tão promissor assim é ótimo. Vamos viver a diversidade.
Enquanto vivenciamos essas pequenas paixões, nos preparamos emocionalmente para o amor de verdade, sem amarguras pelo tempo que passamos sozinhos.


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Elis Cassiano
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Um comentário:

Eliane Accioly disse...

Oi, Silvio,

é uma alegria ver você no espaço que preparo para encontros blogueiros! E cá estou! Grande beijo!