domingo, 8 de julho de 2012

demônios nunca riem



oca
sem bandeiras,
sem música,
 nem rima

ficavas perdida

um bando de folhas tremulavam
pálidas e plenas de  palavras
tartamudas e nuas
na quina do espelho

o espelho
o vazio
os cacos
a dança

tudo

- menos o riso -

era antigo quando vim
fantasmas  vintage

vim enrodilhada num visco
tropeçando nos versos
aqueles que não vias

eram imensos

nos teus olhos só havia o espelho
o vidro
frio e tenso

e ele me sabia

tremia num canto
velho e sombrio

conhecia o inferno

eu sorria e sabia

– demônios nunca riem

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