terça-feira, 1 de novembro de 2011

Poesia

Ontem, na Bienal do B - Poesia na Rua, no T-bone, eu vendia uns livrinhos quando escutei de rabeira:
- chegamos! são todos escritores. vê esse bigodudo aí.
um moleque duns dez anos projetou-se na minha frente, quase no meu colo.
- vc é escritor?
- é...
- vc é famoso?
- só pras minhas ex-mulheres.
ele franziu o cenho, seu pai riu.
- qual a vantagem?
- evita ressaca.
ele emburrou, o pai escancarava um sorriso. eu queria falar outra gracinha pro moleque, tirar sarro de sabichão, mas como explicar as incertezas da literatura, a volatilidade das mulheres, a irrefreabilidade do sexo e as vicissitudes da bebida a um virgem sóbrio mancebo?
- tome. leia.
a poesia nunca havia feito tanto sentido.

Nenhum comentário: