quinta-feira, 14 de maio de 2009

Catar Feijão





para João Cabral de Melo Neto


um silêncio ancestral
me cala

debruçada em mim
cato meus feijões

falhas que não sei
falas que falhei

venho à tona
casca e grão

semente
amputada em vão

invaginada em mim
uma serpente dorme
alheia a toda ficção


sandra santos


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