quinta-feira, 30 de abril de 2009

DESPEDIDA - Poema à minha mãe

Há muito tempo não te ouço,
não te dou atenção...
Há tempos que não te abraço,
não te estendo a mão.
O tempo passa depressa,
já não trago comigo
a pureza da minha infância,
meu sorriso de criança
que tanto te encantava.
Nossas brincadeiras ou
as canções que cantavas
para eu dormir...
O tempo avança, nos trai,
o amor não se desfaz,
mas é esquecido
como que adormecido
para não cedermos, nem sermos fracos
na hora da despedida
que sempre chega, amiga querida!
Pelo amor que te tenho e pelo respeito,
não vou chorar, sentir saudades.
Te levarei comigo, dentro do peito,
lugar perfeito para seguirmos juntas...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Dicas de eventos literários

Bom, como não estou muito inspirado para postar algo meu, divulgarei aqui alguns eventos literários pelo país.

FESTIVAL AMÉRICA DO SUL, CORUMBÁ (MS)

http://www.festivalamericadosul.com.br/

Criado em 2002, o seu principal objetivo é criar um circuito cultural entre o Brasil e países vizinhos. Um panorama de manifestações artísticas e pensamentos de solidariedade e união sul-americana. Assim, o Festival nasceu com a missão de estreitar as relações culturais, políticas, econômicas e sociais do Brasil com os demais países da América do Sul.Desde então ele vem cumprindo seu papel. O Festival fomenta a pesquisa e divulga seus resultados. Apóia a expressão da identidade sul-americana e incentiva seu desenvolvimento criativo. Coordena iniciativas culturais de vanguarda e talentos folclóricos e artísticos do Brasil e seus vizinhos, difundindo a história dos povos sul-americanos às novas gerações de estudantes.


FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE

http://www.feiradolivro-poa.com.br/

Histórico: é uma das mais antigas feiras literárias do país. Sua primeira edição ocorreu em 1955 e seu idealizador foi o jornalista Say Marques, diretor-secretário do Diário de Notícias. Inspirado por uma feira que visitara na Cinelândia no Rio de Janeiro, Marques convenceu livreiros e editores da cidade a participarem do evento. O objetivo era popularizar o livro, movimentando o mercado e oferecendo descontos atrativos. Na época, as livrarias eram consideradas elitistas. Por esse motivo, o lema dos fundadores da primeira Feira do Livro foi: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo. A Praça da Alfândega era um local muito movimentado na Porto Alegre dos anos 50 e de 400 mil habitantes. E, no dia 16 de novembro de 1955, era inaugurada a 1ª Feira do Livro, com 14 barracas de madeira instaladas em torno do monumento ao General Osório.


JORNADA DE LITERATURA DE PASSO FUNDO (RS)

http://www.jornadadeliteratura.upf.br/

Histórico: "O projeto inicial das Jornadas de Literatura, nos anos 80, representou a eclosão de um movimento político-cultural de abrangência nacional. Os tempos do arbítrio mostravam exaustão e, em contrapartida, a sociedade organizava-se na busca de uma nova alternativa de país, amparada na democracia e na justiça social. No que se refere à iniciativa de Passo Fundo, tratava-se de mudar as coisas pela via da leitura e da formação de leitores, retirando o livro dos círculos restritos da intelectualidade e colocando-o nas mãos de milhares de leitores. Nesse sentido, desde o seu início, as Jornadas, mais do que o encontro entre leitores e escritores, consolidaram-se como verdadeiras celebrações do livro, da leitura e da literatura."


BIENAL DO LIVRO DA BAHIA

http://www.bienaldolivrobahia.com.br/www/site/pages/home.php

Em sua última edição, em 2007, reuniu cerca de 350 expositores, entre editores, livreiros, distribuidores de livros, jornais, revistas, entidades e órgãos ligados ao livro, com recorde de público de 254 mil visitantes. Um evento voltado para toda a família, com atrações organizadas para atrair o interesse de pessoas de todas as idades, interesses e classes sociais. A próxima edição será em 2009.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Incessante
Quero apresentar oficialmente minha nova Obra: Incessante. Um Pocket - 20 páginas. Esta obra é uma publicação alternativa e independente. O Título se justifica pelo fato de ser contínua com publicações trimestrais. É composta por versos livres e estruturados com temas do cotidiano que estão dentro de uma dinâmica sociocultural e afetiva. Os textos apresentam a cada individuo uma visão reflexiva, o que torna a obra Incessante. A produção em folhas recicladas faz parte do papel social. Além das poesias ”verdes”, essa é a forma mais concreta de demonstrar o mínimo de respeito ao meio ambiente.

Degustação

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Indo Pro Mar...





Indo pro mar agora...
sem rumo...
sem prumo ....
sem lenço...
sem documento...
e pior sem papel e sem caneta...
mesmo que tenha não há vontade de levar
Indo pr'o mar sem identidade d'alma como indigente...
indiferente, tão de forma largada que chega ser indecente.
Indo por mar agora sem vontade nada, sem vontade voltar...
de falar ou até de sonhar...
só indo pro mar... A Alma de poeta acordou pagã,
levantou sem afã... Sem eira ,nem beira.
E segue indo pro mar pra misturar as lágrimas sem motivo com águas do destino...
que insano: o pranto na face escorre,
a vida que pela ampulheta corre. Mas é tudo bobagem...
a vida não tem sentido é mero arremedo,
enfeite nulo na parede. A única coisa que vale é que indo pro mar a luta será ferrenha pois a vontade de ir junto com ele só tende aumentar...
vontade só de ir...
nunca vontade de voltar...
sempreindo...
só indo pro Mar...
...
Catiaho Alcântara/Reflexo d´Alma

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Péssimo escritor



Os papéís, cheios de suas palavras vazias, saltavam da escrivaninha e corriam para o corredor

A caneta escapava dos dedos, caia ao chão e rolava para baixo da cama

A cada cochilo, uma revolta


terça-feira, 21 de abril de 2009

Riacho





Desejo de verde
Faz zíngaro aventureiro
Refrescar as matas




Imagem: Morro do 7, Serra do Mar, PR.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Convidada Belvedere Bruno

Uma mulher, infinitas escolhas

Zenaide, com oito meses, a barriga pesando, aguardava a presença de Carlinhos, para que ele, enfim, dissesse se registraria a criança.
Carlinhos era mulherengo. Acomodara-se a uma vida descompromissada. Aos 45 anos, ainda estava na casa da mãe, com a desculpa de cuidar dela. Pura questão de economia. O que Carlinhos queria era que sobrasse dinheiro para suas noitadas, que incluíam carteado, bebidas e mulheres.
No morro, a briga entre facções do tráfico se agravava a cada dia. Zenaide receava sentir as contrações do parto quando a luta tornasse os dias mais difíceis, com ordens vindas das chefias, muitas vezes impedindo o ir e vir dos moradores.
Eis que, numa tarde de domingo, hora de almoço, surgiu Carlinhos, com sua usual camisa estampada e bermudão de duas cores.Trazia duas latinhas de cerveja. Sentou-se numa cadeira da sala e ligou o rádio no jogo de futebol para acompanhar a transmissão . Era vascaíno doente, e seu time disputava final de um campeonato.
- E então, vai registrar ou não? - perguntou Zenaide.
- Olha aqui, Zenaide, nem sei se o filho é mesmo meu, pô! e num tô a fim de ouvir reclamação tua. Tu transou com outros antes!
Zenaide não resistiu à provocação e avançou contra ele.
- Filho da puta!
A gritaria chamou a atenção e chegou um grupo.
- Gente, caba cum isso. Cramulhão tá puto.
Carlinhos começou a dormir na casa de Zenaide em dias intercalados, pois não podia deixar a mãe sozinha. Dizia que era questão de compromisso.
Exatamente quinze dias depois, estavam juntos, quando Zenaide começou a sentir que a hora da criança nascer estava chegando. Já tivera três partos, sempre doando as crianças logo que nasciam.
No morro, o clima era de guerra. Cramulhão contra Sete Bocas. Os tiros se entrecruzavam nas subidas e descidas, entravam pelos botecos, pelas casas, e Zenaide a sentir as dores aumentando. Como sair do morro em meio àquele caos? Teve, então, uma idéia.
- Carlinhos, Dona Iracema, a mulher do Pastor é parteira. Já fez dois partos meus. Vai lá e chama ela.
- Sabia que sobrava pra mim... O tiro tá comendo geral. E se algum me pega? Você gosta é de se aproveitá de mim...
Fugindo dos tiros, ele trouxe Dona Iracema e o marido, o Pastor. Dona Iracema entrou no barraco e enquanto ela fazia o parto, do lado de fora do barraco Carlinhos ouvia o Pastor com suas rezas, para que tudo saísse bem. Em alguns minutos Zenaide deu à luz uma menina. O pastor depois a abençoou, impressionando Carlinhos.
Os dias passaram e Zenaide enfim, perguntou a Carlinhos:
- Vai registrar?
Ele começou a andar de um lado para outro. Olhou a menina. Sorriu.
- Acho que vô sim. Acho o olhinho dela igual o meu...

Cinco meses depois, o morro vivia tempos de relativa calma, agora sob a liderança de Cramulhão.
Zenaide, em novo barraco, assistia a uma novela. Das vielas, chegava a gritaria da garotada.
- Ei, cambada! vão gritar mais lá pra baixo. Tô vendo minha novela! - grita para as crianças, irritadíssima.
- Parece que vivo procurando sarna pra me coçar. Ainda bem que deixei a menina direto com Carlinhos. Aquela idéia dele de entrar pra igreja foi uma boa! Tá até querendo virar Pastor. Deixou de tomar cerveja, e nem liga mais pra futebol... pensou Zenaide, voltando à televisão. - Criança só serve pra atrapalhar a vida da gente. Pior que parece que tô novamente. Enjoando, muito sono e há três meses que não vem... – Nem sei o que Cramulhão vai dizer...

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http://www.belvederebruno.prosaeverso.net/
http://belvedere.bruno.zip.net/


Belvedere Bruno [Cônsul - Niterói - Z-Sul-RJ] Poetas del Mundo
Niterói - Brasil

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Festa em mim





Não. Não foi de repente
mas não me pergunte quando
que dei pra ser contente
quando estamos nos olhando

É uma festa dentro de mim!

E se assim pareço fria,
é por não saber o que dizer
mas muito me contentaria
te nomear meu novo você

E seria outra festa dentro de mim!



Imagem retirada do site:
www.textolivre.com.br/poemas/3678-seducao

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Livre outra vez


"Engarrafo nuvens"
não só elas,
junto esperanças e sonhos
os meus
os seus
que terminam em nossos
e nessa mistura ainda adiciono
uma pitada individual
da essência do nosso ser
e nos tornamos uno

Envazados
a espera da libertação
nesse universo de voltarmos

a ser nuvens novamente
doces, eternas e efêmeras...

(Ro Primo)
Sensações Musicais

play [random – repeat all]:

às vezes parece tudo meio distorcido.
o coração semi-breve marca o tempo,
enquanto os graves o abafam
para a deixa da harmonia:

é batidinho, confesso,
porém é tudo que possuo.

o ritmo tribal do relógio corta às asas,
não deixa o cabelo crescer
e logo o fará desaparecer lentamente.

todas as estradas que levam a perdição
eu sigo com pés conversíveis,
decapotáveis,
sem almejar correr rápido demais
por pura inaptidão heróica.

e as garotas de cor do coral vão “doop-doo-doop”
com vozes envenenadas,
distribuindo folhetos
que levam ao caminho
e a verdade.
quando se perder,
no final,
não passa de se encontrar ao contrário
(aliás, a verdade é uma grande sacanagem).

que cancelem minha assinatura para a ressurreição!

o que pra eles soa sem, nítido eu escuto cem.

amargos gritos de blues,
sussurros tristes de jazz

por dentro emerge
dentre ruídos eletrônicos intraduzíveis,
indecifráveis,

do videoclipe das experimentalidades

a consciência de ser meu próprio DJ
apesar de me alegrar com canções tristes

(é uma longa e sinuosa estrada...)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ave





numa terra ave-paraíso
num tempo sem flor
sem liberdade nasci

nasci numa terra de cor
Brasil
de barro cor
Brasil
de rio cor
Brasil
de morro cor
Brasil
de sangue cor
Brasil

Timbira me pintei



sandra santos

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Rosto Trágico

Pensei que minhas lágrimas desceriam
Esperei em meu sepulcro sórdido.
Da boca que a alegria saía,
Também escapava ternura...
Da boca nada mais escapou.

A pele pálida era sem reação,
Nenhum riso amável,
Minha dor ninguém entende.
Com o espírito cansado,
A têz virou mármore,
Retrato pétreo do inevitável.

Eis o rosto maldito,
Face louca deprimente,
Meu pesadêlo terrível!
Sofri amargamente,
Minha humanidade perdida,
Quem fui... morreu.

Agora sou um espectro,
Decadente máscara mortuária.
Restou um rosto trágico
Ironicamente desfigurado.


- Mensageiro Obscuro.
Agosto/2007.

José Menestrel

José Menestrel

Para: Renata



SIL VOUZ PLAÎT

Ruginhas

"E eu conto uma por uma lindas e sabias.."
".... T udo que vale uma ruga tem uma ruga"
( Dudu Nicácio/ Bruna Alburquerque)


-Não transformaria o mundo em nada se fosse possivel escolher era o que diziam eles!. Ele sempre pensava nisso quando caminhava pela cidade a tarde ouvindo ou cantando música era preciso acredita no amor de certa forma por isso que ele vivia a canção que achava bela embora as cenas no filme fossem fortes mais a vida realmente era assim pensava ele ou será que seus deleites sonhos e fantasias vivem perdidas no fino claro de suas emoções que o deixar fraco e belo como o pestaneja das nuvens que se abrem no céu para ver um tipico casal de enamorados que passeiam junto das arvores que atravessam toda uma avenida em forma de rua .
Mais não! trinta e cinco anos, era um tempo de calmaria, por isso devia relaxa e deixa a viajem se ir. Realmente foi muito bom te comprado aquela passagem do trem expresso que roda pelo Brasail. era assim que vivia gostava quando o trem passava pela cidade de ver as pessoas nas portas de sua casas sentadas nas praças gostavam de viver de vaga pela cidade , Jóse ficava a pensar sentando em uma poltrona na janela do trem que faziam essas vidas que existiam em cada cidade talvez só a tragedia era o que importva era o que pensava ele, gostava de pensar também nas andanças do vagabundo do brasil que era um espirito que apericia de tempos em tempos nas terras do brasil outrora ele fora soldado mineiro que lutou na guerra do paraguai e tirava a virgindade de mocinhs que começam a se abrir para o amor.
mais não! iria pensava no caminho que os trilhos percorrem pelo pais, teve uma fez no interior da bahia num lugar cahamado vitoria da conquista ali perto de minas gerais onde o frio era intenso foi lá que jóse viu pela primeira vez uma fada verde! foi dessa forma era noite alta quando o trem passava pelas montanhas da bahia entando por minas gerais.
josé estava cansado seu dia tinha sido melancolico em cada estação que o trem parava seu tedio aumentava nem as pessoas conseguiam fazer que ele melhora-se.
Foi assim que a fada apareceu e entregou uma lâmina para josé que fico a pensar o que esta lâmina que dizer.
Então josé menestrel pegou a lâmina das mãos da fada que sorriso para ele o beijou e sumiu na escuridão da noite.
Dessa forma jóse se matou pego a lâminae enfiou em seus pulsos o sangue logo jorou rapido pareciam cataratas de sereias depois de um tempo tudo se achou tudo se acabou Jóse foi enterrado em minas gerais mesmo lá pra bandas de São joão del rei.
No outro dia pela amanha acharam o corpo dele, mais não causou auvoroso, apenas o fato dele te se matado dentro de um trem teve repercursão, ninguem sabia que ele era cinesta vivia de fazer filmes usando como cenario varias cidade diferentes.
passado tanto tempo Orfélia lembrava dessa estória tinha amado José mais que tudo, fizera de tudo mais ele era por demais melancolico e depressivo no fim o tédio venceu josé foi embora sem nem dizer adeus.
Se ela soubesse que josé agora estar junto com a fadinha verde a voar pela europa.
hhehehehehe
Au-revoir!

domingo, 12 de abril de 2009

Óios d'água

.
ontem
o tempo fechou
[tempestade]

hoje
tem mais água
[nos olhos da amada]

amanhã
se houver seca
[águas de abril]

.

tem pés
[tá] de


os
óios cheios
d'água

se abriu...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Convidado Rolando Revagriatti (Argentina)

Nosotros, no

No hemos sido nosotros

quienes entre 1600 y 1850 hemos asesinado

sistemáticamente a más de 30 millones de indígenas

durante la colonización de Norteamérica

ni quienes a partir de 1619

legitimamos y establecimos el uso de prisioneros africanos como esclavos

situación que jurídicamente sólo vino a terminar en 1995;

no hemos sido nosotros quienes nos apoderamos

de Texas, California y Nuevo México entre 1846 y 1848

tras promover y financiar un movimiento de secesión en estos territorios mexicanos

ni quienes anexionamos a Hawai en 1898 e intervinimos

en la política de los países centroamericanos, anexionando

también a Filipinas, Guam y Puerto Rico;

no hemos sido nosotros quienes, por supuesto, innecesariamente

atacamos con bombas atómicas

a ciudades de Japón, como muchos recuerdan, en 1945

ni quienes una y otra vez

nos involucramos en guerras foráneas

y conquistando nuevos territorios

o áreas de influencia

declaramos la guerra a Corea

intervinimos en la política sudamericana

y a tantos masacramos en la guerra de Vietnam;

tampoco hemos sido nosotros

quienes invadimos a la República Dominicana en 1965

y reiteramos la experiencia en Panamá y Granada,

Afganistán e Irak

ni quienes en los primeros años del siglo veintiuno

mostramos abierta y sangrientamente la pretensión de dominar

a todas las razas y culturas;

de ningún modo somos nosotros

los que devoramos cerca del 40% de toda la Energía

incluyendo combustibles, alimentos y agua

ni quienes apostamos al sustento del mayor arsenal operativo nuclear de todo el Planeta.

Repudiamos nosotros, no sin énfasis

que se nos endilguen estos dichos, y aun otros, y otros

con esa liviandad, animosidad manifiesta

y afán estigmatizante que a ustedes los caracteriza

al tiempo que denegamos

haber ido deviniendo en el Supremo

Energuménico

Enemigo de la Humanidad.


(a Ernesto Guevara)


Rolando Revagliatti - Ciudad de Buenos Aires, la Argentina

quarta-feira, 8 de abril de 2009

"Empadinha de Palmito"

Passei em frente ao Sampa Café e Restaurante, na rua 3 de dezembro, no Centrão de São Paulo. Tinha umas empadinhas bonitas na vitrine. E um cartão ao lado delas: “Empada de Palmito”.

Êba! Quando passar por aqui, na volta, vou pedir uma dessas, pensei, fazendo planos para o futuro. Fui ao tabelião na XV de Novembro. Depois, cumprindo o que me prometera, parei na lanchonete (não dá pra chamar de ‘restaurante’, não tem mesas. Se tem, não vi. Só uma prateleira de uns 20 cm, junto da parede, do lado oposto ao balcão, com banquetas de bar. Ok, por mim! Nada contra aproveitamento do espaço).

Primeira dentada na empada: era de frango. Depois de engolir, reclamei, desapontada:

– Ei, moça! Esta empada é de frango!
– E daí?
– Está escrito lá que é de palmito!
– De palmito acabou.
– Então precisa avisar que é de frango.
– Você não perguntou.
– Não perguntei porque tá escrito “em-pa-da-de-pal-mi-to”. Se não tivesse nada escrito, eu perguntava! Melhor não escrever nada do que informar errado!

Silêncio enquanto a moça limpa a chapa. Insisto:
– Precisa tirar de lá aquela plaquinha.

Ela continua limpando a chapa. Outra atendente vai lá e tira o cartão.

Na hora de pagar, digo à que me atendeu:

– Desculpe ter pedido a empada errada, viu?
– Tudo bem, responde ela com um sorriso magnânimo.

Até esqueci sobre o balcão a garrafa de água que eu tinha comprado pra levar...

terça-feira, 7 de abril de 2009



PUNHAL CEGO


...............................Eduardo Perrone.................................



.
Quero uma lâmina cega
Que não te possa cortar.
Para que assim
Eu não te mate,
Outrossim,falhar
De vez.
Pode parecer insensatez,
E é.
Te vejo tal síntese de mulher,
E não te toco,
Tampouco
Cheiro.
Quero uma lâmina cega,
E que não enxergue
Mais esperanças.
Um punhal inofensivo
Em mãos de crianças,
Que é o que bem somos.
Quero um cenário lírico,
Um mundo imaginário,
Onde heroínas e heróis
Descansem após
O último
Dos gozos.
Pode parecer estupidez.
E é.
Te vejo tal síntese
E mesmo assim, quando der,
Vou ficar lembrando de tuas pegadas,
Dos teus cheiros
Sabores e aromas...
Ficar batendo nas teclas de um piano sem pés,
Degustando , como vinho,
Todo o revés
De não ter sabido nunca
Amolar uma simples lâmina,
Cortar meus braços,
E morrer sorrindo...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

a vida imita a arte


a vida anda mesmo imitando a arte. tenho provas !!! vi sis dias no concurso do Faustão, perdeu pros caras que imitavam o KISS.
enquanto a morte; aquela vedete, que diga-se de passagem, não imita ninguém, estava no outro canal, no quizshow de variedades.
ganhou de lavada.
o auditório foi ao delírio.

foto de andrea dias
http://www.flickr.com/photos/andreadias/322674343/

Tomando um Café

Tomando um café.

Sentei-me a mesa de um café e comecei a observar as pessoas.
Diferentes, iguais a nada.
Todas arrumadas outras disfarçadas.
Olhei alguém que do nada apareceu pedindo um café e uma água gelada.
Vi um senhor que se sentou tranqüilo lendo o jornal.
Um casal que se abraçou sem medo das olhadas.
Vi a garçonete olhando para porta imaginando, quanto tempo ainda faltava.

Peguei o cardápio e vi que nada combinava com nada.
Resolvi mudar, pedindo em voz baixa
Um café de ilusão com um pouco mais de emoção
Queria um pouco de açúcar sem adoçar a decepção
Uma água gelada quem sabe afogar as mágoas.

Vi que poderia ter uma historia em cada café.
Um café que chorava as lágrimas de uma malvada.
Um café soberbo de uma dissimulada.
Também teria um café de alguém que ainda sonhava.
Um café gelado outro bem amargo.
Para entender toda cilada

Um café que poderia ser planejado
Com canela ou mascavo
Simplesmente um café para brindar a derrota
Ou que sabe um café bem Melado
Para entender que o pior estava ao lado.

Um café na xícara pequena, pois não precisa de mais nada
Um café na xícara enorme, para sentir a dor do golpe.
Café de ilusão com açúcar sem emoção
Café de coração só assim se entende a traição.

Um café só de mentira esse seria sua golada
Um brinde a todos os monstros que passava na calçada.
Um café de esperança de nunca mais sofrer por nada
Um café sem tolerância pra mandar você pra outra estrada.

Poderia pedir um cappuccino mais seria exagerada
Mas uma xícara bem quente melhor que água gelada

Queria um café dos sonhos, não melhor que não tenha nada
Sonhos são mentiras, mesmo estando em outra estrada
Um café de pouco leite ou curto aparada
Café com alegria você não tomaria nem adoçado.

Vi que as pessoas tomavam um gole meio forçado
Talvez lembrança dos golpes ou do café que estava amargo.
Café que descia embolado com medo de ser amado
Pois ser traído de confiança nem café descafeinado
O melhor seria um café desenrolado

Mesmo vendo cada pessoa, não imaginava seu percalço
Café atrapalhado daqueles que foram humilhados

Tomando um café, talvez importe a cada pessoa que está ali sentado
Avaliando, sonhando, idealizando, ou até mesmo rezando por quanto tempo foi enganado
O que importa o motivo
Se café é só café em um cardápio feito livro sujo, que pode ser rasgado

Edson Rufo

Sabatina Silvestre



Só. Sábia, a sabiá sabia safar-se das sandices dos safados sicofantas. Só. Sonhos suaves e sonoros sonhava sua santidade sacripanta. Só. Sagrados sortilégios soluçava de soslaio. Só. Sobressaía sobremodo sua silhueta sinuosa. Só. Sentava-se, sorvia e soprava o saxofone soprano. Só. Sentia-se surda, solitária e sem sorte. Só. Sensata, solfejava satisfeita sua sina selvagem e sarnenta. Só. Somatizava a surdez dos suados e secos sacos de saliva. Só. Sazonava simplórias siriricas sem sal, sem sabor. Só. Silicones sem seios. Só. Stacatos sorrateiros. Só. Sindicatos solidários. Só. Sorumbáticos sorridentes. Só. Sábados sem sol. Só. Silvos sem som. Só. Serafins sem sexo. Só. Sifões semeavam serpentes sagazes. Só. São Sebastião servia sarapatel com sermão. Só. Saúvas saudáveis sangravam silêncios. Só. Solidão. Só solidão.

Carlos Cruz - 31/03/2009

domingo, 5 de abril de 2009

Caligrafia da entrega

O olhar
entrega ao objeto
Nele se exaure e extasia
como se fosse fantasia
o querer precipitado

E súbito se nega
olhando novamente
indiferente
raso
conciso
e calculado

O desejo existe
febril e impetuoso
ávido por prazer
na brutalidade da carne

Mas em mim
se dilui e transfigura
na linguagem crua
na superfície táctil
da palavra nua

Iriene Borges

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Por Flá Perez

Seleção Natural

Colaterais
entre pontos cardeais
enquanto ele se banhava
em cachoeiras de Laurásia
eu me deitava
no mar de Gondwana.

Criatura tipo mignon,
quase à beira da extinção
deito nesse peito cro - magnon
e ouço bater o coração
de pedra.

Tô lascada!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

convite livro Mão Branca

Louca de Fama - Ato XXIV

(Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana - Rainha de Portugal)


.



39

.

tempo de inovação

ares de napoleão

de saias

navalhas

tomara-que-caia

.

.

82

.

tempo de luta

salvadora das putas

com asas impuras

gestos. lisura

religiosa...

.

.

24

.

anos de culpa

cadafalso,

insensatez

altaneira, majestosa

lusitando o horizonte

das loucas dos montes...

lucidez

.

.

de dezembro a março

fez seu nome, seus passos

louca de fama que um dia

quis desenhar sua história

na lama, na glória

da rainha louca,

criança

esperança,

renascentista e futurista de Bragança.

.

.

autor: Me Morte

(do livro "A Canção da Louca Renascentista de Bragança")