quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Fragmentos

Dona Risoleta

Dona Risoleta tinha mágoa indisfarçável por Salim. véspera do pleito em ninho de vespas. encomendas para o luto por telegrama. O jantar à mineira com suco de manga. pretexto a discutir os talheres postos. Logo ela, a prata da casa. Os generais, anfitriões, pagaram o pato. Fim de luta, dois lados mortos. Um corpo, um país. A desova de um valeu por todos. Demorou, mas o riso cobrou seu preço.


Nascer e Viver em Lugar Nenhum

Lugar Nenhum é um lugar desconhecido por todos. Lá é bem provável que não exista civilização. Nem teatro, nem cinema e muito menos um bar com escritores dentro. E quem liga pra isso? A única coisa que se sabe é que quem vive por aquelas bandas acaba por padecer de uma cefaléia aguda e amnésica todas as manhãs ao raiar do dia. Lugar Nenhum é sem dúvida o lugar mais populoso do mundo.

Um comentário:

Deveras disse...

O primeiro fragmento situa-se entre o lobo frontal e as girafas do subconsciente; em suma é uma fé cega nos lisérgicos que caminha de mãos dadas com a insanidade transitória temporal. Já o segundo, em qualidade é o primeiro, não sendo portanto, o último. Beleza de escrito.

ficanapaz, Mr. Quintela