sexta-feira, 13 de junho de 2008

Monólogo de uma Obsessão

Desencontrados pensamentos, miríades espectrais resurget ex favilla, desfilando sob mozartiano réquiem. Sussurrando dislexias semânticas. Fustigando-me, ajuntando-se. Abduzindo-me deste mundo, deste tempo.

Toma-me, intimorato, o torpor, um febril torpor. Sinestésica subversão que remete, vez única, a calabouços, penumbras e miasmas. Quais inquietantes tintas derramadas por penas, alhures. Sangue esvaído, drenada vitalidade, dissociando alma.

Basta! Tampo ouvidos a não mais escutá-las! No divórcio dessas letras, cabe-me, tão somente, reconciliação ao catre. Fétido catre impregnado, fumaça e alcatrão. Assim, curar pústulas, fístulas, exantemas. Ou imprecar-me, judicandus homo reus, ao cinéreo adormecer.

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