segunda-feira, 28 de abril de 2008

De uma ciência desesperada para crianças e a querida hipocrisia




Gás lacrimogêneo e eternidade infestam minha casa. Mais um danadinho realiza experiências mágicas e inconseqüentes, que podem destruir, salvar ou simplesmente nos levar para a U.T.I. no fundo de uma fábula de quintal.
Viro-me sonho um pouco mais. Apoio a ciência e a reviravolta barulhenta e eufórica dos cientistas malucos. Principalmente a dos pequenos abandonados pelas mães que decidiram voar na droga.
Cheiro de cadáveres de amores que perdi e de lunáticos que estudo, com amor e suavidade furiosa.
Já é tempo, venham beber crianças e feneçam com o elixir! Prometo-lhes um momento lúdico com overdoses de fantasias e mamães carinhosas e risonhas, chuvas ácidas de doces e festival de desenhos animados, mas principalmente, com a maturidade esfolada, vou à espiral com vocês.
Deitarei no vale iluminado meu espírito infantil.
Sem anestesias baratas e exigências de médicos senhores das verdades, colocaremos nossos dedos na tomada e no nariz com a trilha sonora dos gritos das pessoas que se consideram nossas donas.
Engoliremos objetos curiosos com o corpo imantado de barro, enquanto pensamos em como construir a melhor arapuca decorada de arco íris, o mais ágil estilingue, ou o melhor cachorro para fazê-lo de bobo.
Quebrar vidraças de velhas loucas com pedras mágicas e jogar videogames, os jogos mais medonhos e violentos enquanto nossos pais fodem feito animais! E depois atrapalhar o prazer deles rompendo em lágrimas com um saco de pesadelos na cabeça. Os pesadelos ainda respiram através de nossos poros, suspiram gelado e rasgado em agonia garantida.
Não nos faltarão suco com coquetel de esperança! Sucos doces, silvestres que fazem massagem no frágil estômago e confusões de nuvens roxas na cabeça.
Sim. Partiremos crianças. Escutem atentamente, mas antes vamos incendiar o mundo com nosso espírito livre.
Flamejante e curioso, que sempre se pergunta se dentro do ovo vai sair pintinho ou comida, frita, zoiuda e divertida.
Escandalizar mostrando o que é não ser corrompido pelo dinheiro, pelo sexo, pelo medo, pela estética, pela mentira.
Vamos colorir a dor e o desespero e depois ir embora, porque sei que pelo menos para mim não há nada neste Universo.
Nossos queridos hipócritas terão de aprender, nem que seja com nosso sangue que há certos brilhos no olhar que a alma pariu, que eles não poderão nos roubar.
Nosso vôo eterno é garantia de um invólucro.
Tim-Tim, crianças e mais e mais uma bomba caseira explodindo nos cérebros ocos e na minha própria hipocrisia!
Graffiti: Banksy ;"Balloon girl"

3 comentários:

Larissa Marques - LM@rq disse...

Dizer o que, não é minha cara...Reverências!

Muryel De Zôppa disse...

belissimas imagens.

Muryel De Zôppa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.